Por Fernando Brito
No dia 7 de janeiro, no seu artigo dominical nos jornais –
que poucos, alguns por obrigação, como
eu, lêem – Fernando Henrique Cardoso pregou a “união do centro”, exortando “Alckmin, Marina,
Meirelles, Joaquim Barbosa, ou quem mais seja (incluídos os setores ponderados
da esquerda)” a “criar consensos em
favor do País e do povo” e buscarem aquele que seria o candidato mais viável
(Luciano Huck?)
Hoje, porém, FHC diz que
“tem vários que são bons, mas quem tem mais chance nesse momento, quem
pode levantar a bandeira, em nome do PSDB, é o Alckmin”,
Ora, ninguém, a esta altura, acha que Alckmin só tem mais
chance do que o nada. Muito menos Fernando Henrique é um tolo que não percebe
isso.
Ele não mira uma disputa com Lula, “serviço” que deixa para
os juízes. Lava as mãos, como Pilatos, deixando que seus aliados da mídia, o
crucifixem, mesmo tenho sido tratado com
fidalguia por Lula (e por Dilma), quando era fácil tê-lo tornado um demônio.
Acha que, feito o serviço sujo de tirar Lula do pleito, é só
Jair Bolsonaro, a flor fétida do pântano em que meteram o Brasil, que ameaça os
seus planos de voltar ao poder.
Pensa que o povo brasileiro é o jegue manso que ele montou
em 1998, na onda do 1 real = 1 dólar, que só resistiu até as urnas se fecharem.
Fernando Henrique – a antítese do “sou velho, mas não sou
velhaco” de Ulysses Guimarães – chega a ser ingrato com Michel Temer, que o
livrou de ser a figura presidencial mais abjeta dos tempos recentes.
Ele esquece o que escreveu, até mesmo o que escreveu há
pouco mais de uma semana, se lhe é conveniente.
O povo, porém, não o esquece e tanto quanto Temer, será um
peso sobre Geraldo Alckmin.
Nenhum comentário:
Postar um comentário