Por Fernando Brito
Janio de Freitas, hoje, na Folha de S. Paulo, faz o
necrológio de Aécio Neves, o recém falecido e nada pranteado morto da política
brasileira.
Aécio é apenas mais uma prova do cinismo das elites
brasileiras que, como recorda nosso mestre Janio, o apresentaram como um
projeto para o Brasil.
Projeto, vê-se hoje, de que tipo.
(…)não falta quem, para receber os generosos prêmios dados
aos delatores, mostre mais aos brasileiros como é de verdade o seu país. Nem
faltam candidatos a ver-se, de repente, passando de louvados a execrados. Como
a estrela do bom-mocismo, Aécio Neves.
Agora senador afastado pelo Supremo, e com Eduardo Cunha
preso, Aécio fica mais exposto a que afinal se esclareçam em definitivo as
trapaças de contratos em Furnas, cuja lista de beneficiários lhe dá lugar de
destaque. Associados nessa lista, os dois retiveram por muito tempo as
investigações devidas e suas consequências.
Com esse inquérito em andamento, Aécio se torna um dos
senadores mais apreciados por procuradores e juízes: seis inquéritos – um por
suborno e fraude na construção da Cidade Administrativa em seu governo mineiro,
outro por suborno na construção de usinas hidrelétricas, três por caixa dois, e
o de Furnas. Aguarda-se o sétimo.
Não foi sem motivo, portanto, que esse senador e presidente
do PSDB (retirado de um cargo e licenciado do outro), conforme suas palavras
agora públicas, disse ser necessário acabar com tais investigações e estar
“trabalhando nisso como um louco”.
E pensar que esse era o presidente da República desejado e
proposto ao país pelo “mercado”, pelos conservadores de todos os tipos e por
imprensa, TV e rádio. Derrotado e ressentido, foi o primeiro a conclamar pela
represália que originou o desenrolar político hoje incandescente.
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